quinta-feira, 11 de junho de 2009

Eram os deuses astronautas?

Atendendo à um pedido muito especial da Michele Matos comecei este blog que será demi sério para não aborrecer demais os leitores.

Aliás, leiam os textos dela que são divinos, infernais de surpreendentes. A melhor escritora de blog destas paragens!

Em alguns momentos nas aulas de Publicidade e Propaganda deparei-me com situações inusitadas em relação às dimensões onde aluno/professora se encontravam. A Michele comentou que sente falta daqueles momentos non-sense, um mix de absurdo e viagem sideral.

Sempre me lembro de uma letra do Jim Morrison que sugere Break on through to the other side. Claro que the Doors estavam abertas à força de ácidos e bagulhos loucos da época e o romper do outro lado só era possível dessa forma, então.

Ensinar a romper para o outro lado numa sala de aula sem qualquer subterfúgio químico (é essa a intenção de uma aula, claro) é um desafio um tanto quanto sacrificioso em função da falta de asas.

É necessário sermos seguidos no mergulho no imaginário e na abstração necessária para empreender uma viagem pelo que temos de humano: o pensamento.

A mente humana é capaz de criar elementos, imagens através da racionalização, claro, mas, principalmente, através da abstração e capacidade de assimilar e transformar o que transcende a matéria.

Vivemos um período essencialmente materialista, sem ideais, sem sonhos e utopias que nos façam criar imagens e agir sobre o mundo. E a publicidade não se furta à essa falta de potência criativa. Não consegue erguer os pés do chão, nem mesmo em um sobrevoo rasante básico. Quanto mais alçar a estratosfera e órbitas extraterrestes da inventividade...

Dia destes me sobreveio uma imagem cruel (diga-se de passagem que para ser uma pessoa realista e objetiva é necessário enchergar a crueldade existente), de como a propaganda tornou-se inócua, igualmente à imobilidade ou mesmo hommerisse (neologismo para síndrome de Hommer Sympson) que predomina na grande massa de consumidores hoje.

Os anúncios são rasos, explicitamente demonstrando a pobreza de espírito e de criação que predomina a área.

O vídeo que destaco foi sugerido como um comercial que nos faz rir. O que ele retrata é exatamente a posição dos criadores de comerciais e os consumidores que estão ambos na mesma situação empobrecida e mecânica.

Eu diria que é um comercial que escancara a síndrome que citei acima e é uma metáfora para o que estou descrevendo. E ainda nos faz pensar: "onde estão os astronautas?"


2 comentários:

Unknown disse...

Adorei a mosaico de palavras.

Michele Matos disse...

Obaaaa!! Agora vou ter muitos textos interessantes e que me farão pensar novamente...
Sabia que não me decepcionaria.
Aliás, esse é ótimo. A Publicidade me encanta e me assusta.
E brigada profi, pelas palavras!