
Em tempos de Gestão de Pessoas, ainda ouvir alguém falar em RH é de, no mínimo, azedar os sentidos a ponto de nos gerar uma careta (tipo quando você chupa limão).
Estamos desde meados dos anos 70 em transformação social, em mudanças de costumes e práticas, repensamos a moral e a transformamos em ética individual.
Ao mesmo tempo em que a mundialização do capital foi sendo estabelecida, os movimentos sociais empenharam-se em bradar em favor de causas humanas e ambientais, gerando assim um movimento de equilibração internamente ao capitalismo, até então predatório. Não que hoje tenha deixado de ser, mas é justamente pelas forças sociais que marcharam contra o absolutismo capitalista que chegamos à era da tentativa de equilibração.
Nem entrarei no mérito da possibilidade de apenas resistir ao sistema, que Adorno e Horkheimer apresentavam, porque se assim eu o fizesse estaria desistindo deste texto. Preciso ter algo em que apoiar minha observação.
Pois bem, os movimentos sociais equilibram as forças e a administração confluiu à readaptação que o capitalismo se auto impingiu. Como bom sistema dominante, auto-molda-se pela sobrevivência (e não falo em biologismo aqui).
Com o fim da reengenharia e início da era pró-trabalhador (que sem ele não há produção e nem explorados) a antiquada estratégia de Recursos Humanos migrou para a Gestão de Pessoas, mas adequada aos novos tempos que já se instalaram.
É inadmissível hoje uma gestão de pessoas que não respeite as pessoas. Que as deixe por último no processo de trabalho e produção de mais valia. Que não as ouça e não fale com elas.
Mais inadmissível ainda é um gerente de gestão de pessoas que não atente à época em que estamos e não se adapte à ela. Recursos Humanos vem da época em que o homem era só mais uma engrenagem na roda capitalista. Alguém que ainda pense assim está, no mínimo, envelhecido.
Gerir processos humanos na administração hoje exige, antes de mais nada, humanidade e bom senso.
Se você é um gerente (ou tem um gerente) que não orienta, não avalia o desempenho e não corrige atos ou comportamentos do trabalhador, não pode dizer que está tendo problemas com ele. Isso é depor contra si mesmo.
Ao mau trabalhador está primeiramente colada a má gerência e liderança. E as palavras proferidas dizem mais sobre quem fala do que sobre o que se está sendo falado.
Cuidado com as falácias do RH, travestidas com a "pele" de Gestão de Pessoas.
Se é de pessoas, no mínimo, deve respeitá-las.
Maktub.
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