sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tércio & Elvis


Suspicious mind. Love me tender. You are always on my mind.

Minhas fases revival sempre vão e vem e, neste último período, tenho recebido as visitas de minhas primas e primos em meu orkut, deixando recadinhos e revirando minhas fotos nos álbuns.

Relembrar os momentos da infância é se alimentar de afeto e aconchego para, então, voltar olhar para o futuro.

Devido aos encontros virtuais de nossas memórias de primos, minha viagem ao passado me trouxe Tércio & Elvis.

Ouvindo A little less conversation dois dias atrás, me dei conta de que Elvis e Tércio estão vinculados em minha lembrança. Mais que vinculados: um não existe sem o outro.

A última vez que vi meu primo Tércio já faz alguns bons 20 anos.

Ele já não era mais o garoto gordinho do qual me lembrava. Estava homem e com um ar semelhante a minha avó Maria Gimenes.

Tércio era terrível e inquieto. Sempre aparecia com umas tiradas absurdas ou estórias malucas, invertidas. Tirava um barato de tudo, fazia a gente ficar com raiva ou vexada pelas troças que pregava. Era raro um momento de conversa "normal" com ele.

Eu tinha 10 anos, ele uns 12 e conversa não existe entre crianças dessas idades, ele já pré adolescente. Meu primo Tércio era surreal para mim, garota tão inibida e sem graça que eu era. Em meu álbum do orkut existe uma foto em que eu e ele éramos "casal" de honra no primeiro casamento da prima Priscila. Eu com 4 anos e ele com uns 6 anos. Imagine: os dois doidinhos pra largar a mão do outro! Que micos fazem a gente passar, né, mãe?

O Tércio era uma incógnita para mim. Eu não o acompanhava e, nem de longe, eu o entendia.

O que ele não sabe é que onde Elvis está, ele está junto. Para mim, claro.

A coleção de LPs de Elvis Presley que ele tinha àquela época era algo fenomenal para 1976. Ele se orgulhava de ter TODOS os Long Plays gravados até então (e olha que muita gente que está lendo este post não sabe o que é Long Play). Eu olhava aquelas capas coloridas, ouvindo o que ele dizia e flutuava nos ares de minha total ignorância de criança.

As capas de LPs, as músicas que eu ouvia, os macacões ultra-sexies que Elvis usava, com aquelas costeletas másculas toda vida, foram sendo amalgamadas às lembranças de Tércio.

Hoje entendo que a inteligência dele estava lejos da minha à época. Era demais pra mim.

Tércio, meu querido primo: dedico à você este post, sem saber bem ao certo onde você está aí em Santa Catarina e como está a situação de vocês após as enchentes.

Espero que goste das lembranças ternas e da pequena homenagem.

O tempo passa, a gente envelhece por fora, mas carrega um oceano de boas lembranças por dentro, lembranças que nos mantém vivos e aquecidos!

Aloha!

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