sábado, 20 de fevereiro de 2010

O homem sem sobrenome


Para aqueles que só tem o peso do nome e ainda não encontraram o caminho de casa.

A importância de um sobrenome é fundamental e vale pensarmos a razão de um nome vir por sobre outro, daí "sobrenome".

No início era o verbo.

Nascia o nenê, olhava-se para ele e o nome era pronunciado para identificar aquele ser que chegava. Os ciganos sopram o verdadeiro nome no ouvido do nenê e somente a mãe e filho sabem o nome. Místico, não acha?!

A primeira marca está fixada na criança que carregará consigo a dor e a delícia de não ter sido "chamado" por outro nome mais bonito ou na moda.

Como as crianças começaram a nascer e várias tinham nomes idênticos, para homenagear algum ente querido, um herói ou por falta de criatividade mesmo, passou-se a um problema maior que era o de identificar corretamente de quem era aquela Maria ou aquele João.

Então, recebemos o nome por cima do nome para marcar "filho de" quem era. Em inglês temos o son para essa identificação: Anderson, Jefferson, Peterson e assim por diante. Da mesma forma em russo temos o ich em nomes como Ivanovich. E deve ser assim em several languages.

Já as moças não receberam atenção especial em tantas línguas assim. Em russo mesmo temos a terminação ova para identificar "filha de" em nomes como Romanova.

Mas ainda assim não foi suficiente a marca de diferenciação entre tantas Romanovas e Andersons.

Era preciso cravar na criança a região onde seu clã vivia, portanto temos o clã Costa, que viva na costa marítima, o clã Belvedere (Ver o Belo), o clã Riverdale e por aí vai.

Temos os Alves que viviam em regiões alvas pela neve, assim como os White em inglês ou Weiber em alemão, que recebiam esse nome sobre o nome para indicar que eram muito brancos.

E temos ainda os Machados, os Smiths (ferreiros), os Zapatero (sapateiro) que, por uma questão muito óbvia eram renomeados pela atividade laboral que exerciam. Vale lembrar alguns sobrenomes não tão agradáveis, como em espanhol os Expedito (aqueles que foram expedidos para os conventos), que designavam aqueles que haviam sido abandonados e eram órfãos. Em português temos sobrenomes assim. Vale a pena investigar!

Mas não terminamos ainda!

Faltam os Oliveiras, os Pereiras, os Figueiras, os Silva (sim!) que eram clãs marcados pela sua produção agrícola ou pela região que possuía muitos arbustos ou árvores com aquele nome. Esses também foram sobrenomes escolhidos para esconder a origem de algumas famílias e transformar a adaptação à nova vida mais suave.

Portanto, o sobrenome indica profissão, lugar de procedência, exercício agrícola, características físicas e filho de quem é aquela pessoa humana.

Por hoje fica a dúvida: e quem só tem nome? Tem identidade?

Salam Aleikum!

2 comentários:

Michele Matos disse...

Eu escondo meu "Espíndola", nem sei porquê peguei nojinho, se é por causa da família paterna, ou da Tetê Espíndola. huahauhauha
Bju profiii!

Zisco disse...

Os meus eu tenho uma vaga ideia, o Hares que é sírio significa sentinela ou guarda, é uma atividade, já o Fongaro é mera especulação dizer que é uma transformação de Húngaro, a procedência de muitos que passaram a viver na região do Veneto de onde vem a minha família.

No caso dessa origem obscura, gosto de falar que o próprio Drácula fugiu da transilvânia, e que se identificava apenas como mais um húngaro dentre tantos que migaram.

Claro que o papo do Drácula é palhaçada, né?